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Foto do escritorRicardo Iztlimitl

UM JOVEM CHEGA NA TRIBO


Um jovem da tribo chega com o velho e diz-lhe:

- Eu não participarei mais no grupo.

O idoso respondeu:

- Mas, por quê?

O jovem respondeu:

- Vejo minha irmã que fala mal de outra; uma turminha que vive falando e não apoia, pessoas que durante a dança parece que tentam se exibir ao invés de olhar para a árvore e tantas outras coisas ruins que eu vejo.

O velho lhe responde:

- Muito bem, mas antes de ir embora, eu quero que você me faça um favor: Pegue um copo cheio de água e dê três voltas pelo círculo sem derramar uma gota de água no chão. Depois disso, você pode sair do grupo.

E o jovem pensou: muito fácil!

E deu as três voltas como lhe pediu o idoso.

Quando acabou disse:

- Pronto.

E o velho perguntou-lhe:

- Quando você estava dando voltas, viu algum irmão falar mal de outro?

A resposta foi: Não.

- Viste os dançantes a reclamar uns aos outros?

- Não, não.

- Você viu alguém que não estivesse apoiando?

- Não, não.

- Sabe por quê? - Ele perguntou.

- Você estava concentrado no copo para não cair a água.

O mesmo é no nosso grupo e na vida. Quando as nossas abordagens forem os nossos passos, o nosso rezo e a nossa evolução, não teremos tempo de ver os erros dos outros.

Quem sai de um círculo por causa de outro, nunca entrou para dançar, a curar, a rezar, a orar pela humanidade. Quem se fixa nos outros, nunca entrou com o fim de honrar os seus ancestrais, nunca entrou para a sua própria evolução, de encontrar na dança o seu verdadeiro espírito, de servir a comunidade.

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